Foi numa rua estreita, da outrora calma e pacifica, Angra do Heroísmo, que hoje eu preguei um dos maiores sustos da minha vida.
Ia sendo assaltada.
É verdade, numa terrinha, onde há uns anos atrás não acontecia nada deste género, hoje há assaltos em plena luz do dia, 14 e 30 da tarde.
Tinha ido eu à zona baixa da cidade, fazer algumas voltas que me competiam, quando ao percorrer uma das transversais da minha cidade, se aproximou de mim, um indivíduo, de ar agradável, alto e nada assustador, que meteu conversa comigo.
Eu, achando a situação estranha, e como não ia a passar minguém naquela hora, por percausão, agarrei a minha mala mais contra o corpo, e o individuo, calma descontraidamente, foi falando do tempo, que estava bom, que já apetecia umas idas à praia, etc.
Eu, fui respondendo calmamente, tentando não dar a entender o quanto batia descompassadamente o meu coração.
A conversa foi rolando, até que por fim ele mostrou o que queria.
- A senhora não por acaso algum dinheiro que me empreste?
Ao que eu respondi que não, que por acaso não tinha e que até nem tinha recebido ordenado ainda.
O sujeito foi me acompanhando, sempre muito encostado a mim,e a olhar de vez em quando para a mala, até que chegámos a uma zona mais movimentada.
Eu fiz mensão de me retirar, e ele, como já estavamos em rua mais povoada, deu-me boa tarde e seguiu.
Amigos e amigas, ia morrendo de susto.
Nunca julguei que me pudesse acontecer tal coisa, apesar de ter conhecimento, que casos destes já tinha aconteceido aqui em Angra.
Mas como costumamos dizer, acontece só aos outros.
Pois bem, hoje aconteceu-me a mim.
E para quem conhece a minha cidade, Angra do Heroísmo, isto deu-se na Travessa da Rua de S. João às 14 e 30 da tarde.