Eram dez da noite. O dia chegava ao fim e ele não cumprira a promessa:
- Ligo-te amanhã - dissera-lhe baixinho ao ouvido, antes de sair do quarto.
Por que é que ela ainda estranhava? Provavelmente para ele não passara de um caso de uma noite. Tinha sido ingenuidade dela pensar que se voltariam a ver. Afinal, não passara de mais uma mentira, como tantas que ela já ouvira antes.
Suspirou e tentou adormecer sem pensar na desilusão.
Nada do que se tinha passado na noite anterior tinha tido importancia para Fábio.
Como? Se tudo parecera tão mágico?
A forma como eles se tinham olhado mal ela entrara na festa fora tão intensa...
Como se uma ligação imediata se tivesse dado entre eles...
Beatriz recordava-se bem desse olhar e da forma como o seu coração disparara.
Os olhos de Fábio eram de um verde intenso e entraram bem dentro dos dela, como duas setas em chamas.
Durante toda a festa ele tinha lhe seguido os movimentos. Por isso, não estranhou ao vê-lo de repente ao seu lado com duas taças na mão:
- Sou o irmão do dono da casa - dissera ele com um sorriso sedutor.
Beatriz não conseguia resistir aquele sorriso. Ele era um dos homens mais atraentes que ela alguma vez tinha conhecido.
- Olá eu sou a Beatriz.
- Prazer. Fábio.
Não se largaram durante o resto da noite. Conversaram, riram como se de velhos conhecidos se tratassem.
A proximidade entre eles era notória, mas ela gostava dessa sensação de proximidade, da emoção que rodeava o momento.
A ligação era de tal maneira evidente, que Alice, uma amiga dela, já mandava piropos do outro lado da sala.
Mas Beatriz sentia-se tão bem junto de Fábio que nem deu por isso que a festa já tinha acabado e que todos os convidados já se tinham ido embora.
Atrapalhados, despediram-se e sairam juntos da festa, já noite ia alta.
Ao chegarem à rua o silêncio apoderou-se deles.
Beatriz sentia que não se queria afastar dele, quando ouviu as palavras de Fábio, percebeu que ele pensava da mesma forma:
-Queres ir beber alguma coisa?
Claro que queria, mas não podia dar a perceber a sua ansiedade.
Foram até ao um pub à beira-mar. A noite calma, quente, a lua cheia...
O clima que os rodeava era puro romantismo.
Beatriz sabia que se iriam beijar.
O beijo aconteceu quando caminhavam em direção ao carro.
Ele segurou-lhe suavemente na mão, puxou-a para si e aproximou os seus lábios dos dela num beijo sedutoramente lento.
Beatriz estremeceu. Foram para casa dela.
Sem hesitações, Beatriz deixou-se conduzir até ao quarto, onde Fábio a despiu muito lentamente, com mãos ágeis e sedutoras, até ela estar completamente nua, iluminada apenas pela luz do luar.
Depois, deitou-a na cama, e começou a percorrer-lhe o corpo com a boca, em carícias que lhe despertavam cada vez mais desejo.
Fábio acaricio-lhe então o clítoris com os dedos, procurando-lhe depois a vagina com os lábios.
Beatriz estremecia de prazer.
Então, ela puxou o corpo dele para junto do seu e ele entrou nela. O pénis erecto e sedento do seu corpo, levando-a aos limites do prazer.
Dormiram juntos, abraçados e de manhã ele despedira-se dela dizendo que ligaria ainda nesse dia.
Eram dez e um quarto da noite, e nem uma palavra de Fábio. Como pudera ser tão ingénua?
Nisto escutou a campainha da porta.
Quem poderia ser a uma hora daquelas?
Foi até ao intercomunicador e do outro lado uma voz conhecida. Era ele!
Afinal ele não a enganara.