- Boa tarde meu amor. Como te correu o dia?
- Como de costume e o teu?
- Normalmente, mas estou um pouco mal disposta, não sei o que se passa.
- Comeste durante o dia?
- Ah! É isso esqueci-me de almoçar.
E com os nervos em franja ela falava sem parar, de repente, começa a passar mal e desmaia.
O marido aflito, pega nela e leva-a para o quarto e deita-a na cama...
- Queres ir ao hospital?
- Não é preciso, vou descansar um pouco e já fico boa.
Ela ficou deitada em repouso e o marido, todo carinhos e atenções, tomou conta da casa e dos filhos por ela.
A noite foi passando, adormecer era dificil...
Ao fechar os olhos, só conseguia ver-se nos braços do amante.
A noite foi longa, os sonhos sucediam-se, as lembranças daquele dia de pecado não a deixavam dormir em paz...
Raiou o dia, o marido foi trabalhar, as crianças foram para a escola...
E ela, cheia de sede de paixão não conseguia pensar noutra coisa senão no amante. Tinha de estar com ele naquele dia ainda.
Pega no telemovel e liga-lhe:
- Tou? Meu amor? Vou ter contigo. Não consigo esperar mais.
- Não! Não venhas.
- Porquê? Ainda ontem me dizias que me querias ter de novo nos braços!?!? Que se passa?
- Isto não está certo. Eu ontem não devia ter ido aí. Tinha bebido demais e não sabia o que fazia.
- Isso são desculpas. Agora não volto atras. Pego no carro e não tardo aí.
- Não venhas. Eu não te abro a porta.
Descontrolada, com a líbido em alvoroço, com o coração aos pulos, e a razão fora de si. Pega no carro e lá vai...
O medo de ser apanhada desaparecera, a paixão que sentia e o desejo de se sentir amada e acarinhada, fazia-a perder a noção da realidade.
Ia por em risco a sua família por uma aventura.
Ao chegar lá, as portas estão fechadas. Pega no telemovel e liga-lhe:
- Estou aqui! Já cheguei!
- Tu não foste capaz?!? Não fizeste isso?!?
- Vem à janela e verás se tive ou não coragem.
Ao aproximar-se da janela, ele vê, sem querer acreditar nos seus olhos.
Ela tinha ido, tinha perdido o juizo e tinha ido até à casa dele.
- Eu disse que tu não viesses!
- Porquê? Ontem tu foste me tirar do sério, deixar-me num estado de nervos em que nunca tinha estado. E hoje não querias que viesse???
- Isto não está certo!
- Tivesses pensado nisso ontem, antes de lá ires. Agora é tarde. Já cá estou.
A cena era hilariante.
Na véspera ele rira, porque ela estava a tremer, naquele dia era ele que tremia.
Ele sentou-se no sofá todo encolhido, parecia um animalzinho assustado.
Ela, eufórica, provocava-o...
- Estou com calor. Tens alguma roupa que me emprestes? Quero despir esta, está muito quente.
- Que queres vestir?
- Pode ser uma T-shirt tua.
E lá foi ele aos tropeções, ainda sem querer acreditar na loucura que ela tinha cometido, buscar a roupa para ela vestir...
Ao chegar à sala... Encontra-a semi-nua deitada no sofá.
- Pára!!! Porque me fazes isto?
- O que é que eu estou a fazer? Estou só a descansar.
.
(continua)