Não me ligas nenhuma.
Desprezas-me.
Ainda não aprendi...
Já devia saber como és.
Mas magoa, mesmo que não queira magoa.
Já não me olhas como antes.
O encanto desapareceu.
Sofro, choro...
Arrependo-me...
Por ter voltado pra ti.
Faço-me forte.
Mas por dentro...
O meu coração chora...
Hoje foi desafiada por um amigo a falar de traição e bigamia.
É um assunto que mexe bastante comigo.
Fui vitima e vitimei.
Já vivi os dois lados da situação.
O que ficou, foi um misto de culpa e remorso.
São muitos os factores que levam uma pessoa a trair.
No meu caso foi a falta de amor na relação, a falta de carinho, a falta de partilhar as coisas simples do dia a dia.
No caso do meu companheiro, segundo ele, foi o amor em excesso, a prisão em que a nossa relação se tornara, monótona, vazia de sentimentos.
Mas para haver traição, tem de haver um outro sujeito implicado.
No meu caso, esse sujeito era calculista, sabia da situação vivida por mim, soube fazer a aproximação subtilmente, sem dar o alerta, como felino acoitado na mata à espera da presa.
No caso do meu companheiro, a ocasião fez o ladrão. Estavamos afastados, ele sentia-se sozinho mas não era capaz de se aproximar, então procurou conforto nos braços de uma amiga, essa amizade foi crescendo, e transformou-se num romance.
Afastámo-nos, iniciámos o processo de separação, mas com o tempo e a distância, os sentimentos que ainda existiam voltaram a florir, e hoje quase dois anos depois, estamos juntos outra vez.
Nem tudo é fácil. Os primeiros tempos foram muito complicados, mesmo muito. Temos a tendencia de ir buscar sempre o passado, de estar sempre a atirar coisas à cara um do outro, mas com amor tudo se ultrapassa.
Porque no fundo, o que nos juntou de novo, foi o amor que nós sentia-mos um pelo outro, e que estava esquecido num canto do coração, e que só a distancia pode avivar.
Fecha-me os olhos,
E eu poderei ver-te.
Tapa-me os ouvidos,
E eu poderei ouvir-te.
Mesmo sem pés,
Poderei alcançar-te.
Mesmo sem boca,
Poderei chamar-te.
Corta-me os braços,
Adorar-te-ei
Com o coração e as mãos.
Trespassa-me o coração,
E latejará o meu cerebro.
E se incendiares o meu cerebro,
Mesmo assim,
Levar-te-ei no meu sangue.
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Autor desconhecido
. Poema...