Quinta-feira, 4 de Setembro de 2008

Como fazer dos filhos uns perfeitos delinquentes?

 

   

 

Este artigo que aqui vou postar foi escrito por um homem notável e que admiro muito: Pe. Francisco Dolores.

E serve para nos fazer pensar a nós pais e educadores.

 

 

 

Muitos pais batem-nos à porta, aflitos com a degradação a que chegaram os seus filhos e a lamentarem-se do descalabro familiar a que chegaram.  Não foi por acaso que alguém nos fez chegar às mãos, um decálogo, que circula em algumas revistas, atribuído à polícia americana, pelo que tem de verdade, aqui o transcrevemos:

 

- Dá ao teu filho, desde a sua mais tenra infância, tudo o que ele desejar: crescerá, assim, convencido de que todo o mundo lhe deve sempre qualquer coisa;

 

 

- Se disser patetices, ri-te: achará, assim que tem muita piada;

 

- Não lhes dês qualquer formação espiritual (= religiosa): escolhê-la-á quando for grande;

 

- Nunca lhe digas: “isto está mal”: poderia originar-lhe um complexo de culpabilidade. Mais tarde, se for preso por roubar um automóvel, por exemplo, ficará convencido de que é a sociedade que o persegue.

 

- Apanha tudo o que ele atirar para o chão: pensará, assim, que estão todos ao seu serviço;

 

- Deixa que leia tudo o que lhe vier às mãos. Lava com um bom detergente o prato em que ele come, mas deixa que o seu espírito se recrie em qualquer torpeza;

 

- Discute sempre diante dele. Ir-se-á acostumando, e, assim, quando a família estiver destroçada, nem sequer dará conta;

 

- Dá-lhe todo o dinheiro que te pedir, não vá suspeitar que, para o obter, é preciso trabalhar;

 

- Satisfaz-lhe sempre todos os caprichos; de outro modo, sentir-se-á frustrado;

 

- Dá-lhe sempre razão: os professores, os outros, a lei... é que estão enganados.

 

Este decálogo conclui: e quando o teu filho for já um desastre, diz, então, que nunca pudestes fazer nada por ele”. Recomendamos a todos os pais uma séria reflexão sobre a maneira como estão a educar os seus filhos.

 

Desse modo, talvez não tenham de arrepelar os cabelos ou de esconderem a cara, por muitas das situações, a que vimos assistindo, dada a permissividade com que alguns adolescentes e jovens se portam, como se fossem autênticos órfãos de pais vivos, sem referências familiares ou de outros valores que os levem a orientarem-se. “

 

Antes prevenir do que remediar casos em que a recuperação se torna quase muito difícil.

 

 

(in A União - jornal online)

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