Sexta-feira, 1 de Agosto de 2008

JUSTIÇA - Os direitos da mulheres nas sociedades muçulmanas...

 

Segundo estimativas de 1998, a população feminina em África é de cerca de 50,5% da população. Sendo este continente maioritariamente muçulmano, nos seus países a Charia (lei islâmica) tem muito mais influencia que o Direito Civil, que rege o restante mundo, principalmente nas questões relativas às mulheres.

O facto de não haver uma harmonia entre as leis neste tipo de países leva a que as mulheres sejam principalmente confrontadas com problemas sociais e jurídicos relativos às suas actividades económicas, politicas, domésticas e sociais.

Em cada um destes países a estrutura jurídica do tipo europeu convive lado a lado com a estrutura jurídica nativa, muito influenciada pelos usos e costumes e pela tradição religiosa de cada país, sendo assim difícil de alterar certas mentalidades e maneiras de agir.

A diferença existente entre o estatuto jurídico oficial da mulher (referido nas leis comuns) e a sua vida real no dia a dia destas comunidades é enorme. A estas mulheres é-lhes atribuído um valor inferior, muitos vezes são consideradas inferiores até aos animais. Estas mulheres são vitimas de de discriminação quando se trata de leis tão simples sobre o matrimónio, o divórcio, a herança, a reprodução. A violência que estas mulheres sofrem diariamente é considerada normal perante a lei islâmica, e até incentivada como forma de disciplinar as mulheres, por isso as autoridades fazem vista grossa às queixas apresentadas pelas famílias das agredidas (porque a mulher não tem direito a se queixar pessoalmente). Estas mulheres sofrem ainda de mutilações genitais. Desde os finais dos anos 90, alguns governos, como no Mali e no Senegal, procuram estratégias para impedir a prática destes actos de verdadeira barbárie.

Estas mulheres, sofrem ainda com a falta de instrução e conhecimentos das leis básicas da convivência em comunidade devido à intransigência dos costumes locais.

Assim, é essencial a reforma das leis relativas ao estatuto jurídico da mulher se se quiser melhorar a vida das mulheres desta região.

 

Sinto-me: Revoltada
Publicado por Lala às 20:48

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3 comentários:
De samueldabo a 3 de Agosto de 2008 às 16:06
Carla, minha querida amiga.
Saúdo este texto, pleno da afirmação de ser mulher.
É tempo de acabar com a mulher objecto, a mulher coisa, que se usa e abandona, como se não tivesse mais préstimo.
O teu texto alerta também as consciências dos que, entre nós, subestimam a condição de ser mulher e lhe colocam toda a série de obstáculos à sua realização pessoal.
Pela mulher livre de preconceitos.
Beijinhos no coração
De Lala a 4 de Agosto de 2008 às 17:01
Olá amigo do coração.
Este texto faz parte de um trabalho sobre os direitos da mulher que eu fiz conjuntamente com uma das minhas meninas, do lar em que trabalho.
É incrível, o que, ainda nos dias de hoje, acontece a muitas mulher por esse mundo fora.
Este texto tentou ser um alerta, uma chamada de atenção para uma realidade presente em muitas sociedades.
A exploração, a mutilação, a agreção, a falta de igualdade.
Espero que este texto possa contribuir para um abrir de olhos para este mundo de injustiças.
Milhões de bjos no teu coração.
Lala
De Leonardo Alves a 12 de Fevereiro de 2010 às 14:19
Realmente, a situação das mulheres muçulmanas é bastante desagradável e humilhante. Há três anos atrás, tive a oportunidade de visitar o "mais ocidentalizado" dos países muçulmanos: A Tunísia. Lá, pude observar um mundo, praticamente de homens, muito poucas mulheres na rua, inclusive, observei que algumas, as não muçulmanas, utilizavam roupas comuns ao nosso meio. Mas também me cruzei, de entre as poucas que vi na rua, com algumas com uma vestimenta preta, com o rosto coberto, a exceção dos olhos. Estas, sequer podem tocar em outra pessoa, pois reagem de forma muito estranha quando isto acontece. Isto aconteceu com a minha esposa, ao cruzar-se com uma destas senhoras, em uma portada de um restaurante de estrada, quando lá paramos.
Apesar destas situações discriminatórias, relativamente as mulheres, acredito que a Tunísia deverá ser a porta para a democracia, pois, pelo que sei é o mais "democrático" de todos os países muçulmanos.
Assim seja!

Leonardo Alves

http://www.youtube.com/pelotense5

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