Acabou a reunião e todas foram para os seus afazeres, arrumar a casa, fazer comida, lavar roupas...
Margarida continuava meia perdida.
- O que é que eu faço?
- Vai ajudando as outras, não tarda nada habituaste.
A manhã correu normalmente, as raparigas falavam entre si sobre a noite anterior, de como tinha corrido, e das expectativas para a noite seguinte.
Margarida ouvia aquilo tudo meia aturdida.
Chegou a hora do almoço, todos comeram à mesa como uma grande família.
- Meninas, agora, depois do almoço, vocês vão levar a Margarida às compras. Comprem-lhe roupas bonitas e vistosas, tanto para o trabalho como para o dia a dia.
- Mas eu não tenho dinheiro!
- Não te preocupes com isso, aqui é tudo por minha conta.
E assim depois de almoçarem as raparigas sairam todas em direcção ao centro comercial.
Correram as lojas todas, vestiram e despiram várias roupas, o entusiasmo dentro a fora dos vestiários, começou a entusiasmar Margarida.
Quando acabaram as compras, não havia mãos para carregar tantos sacos.
Ao chegarem a casa, Joaquim não estava, e em cima da mesa tinha um bilhete que dizia:
"- Fui tratar de negócios, levem a Margarida ao salão de beleza, quero-a mágnifica."
Margarida não entendia.
- Mágnifica porquê?
- O Joaquim deve ter grandes planos para ti.
Voltaram a sair, carregando consigo Margarida.
Chegaram ao salão, deixaram Margarida sentada numa poltrona na sala de espera, e foram falar com a dona do salão.
- O Joaquim mandou uma nova, é para tratares dela ao rigor.
- Ele diz que a quer mágnifica.
- Quando é que eu não deixei uma de vocês mágnifica?
- Tu és uma fada, tens umas mãos especiais.
- Ela é nova nestas andanças, nunca deve ter feito, nem sequer depilação. Trata-a com cuidado.
- Fiquem descansadas, vou transforma-la numa princesa. Podem voltar daqui a 3 horas.
Sairam do escritório da Manuela, assim se chamava a dona do salão, e foram ter com margarida, que continuava sentada, muito tímida e nervosa.
- Margarida, agora ficas nas mãos da Manuela, é ela que vai tratar de ti, nós voltamos daqui a pouco.
- Vão me deixar aqui sózinha?
- Não tenhas medo, não te vou fazer mal. Vou te transformar numa princesa. Até logo meninas.
E assim, Margarida ficou sozinha no salão com Manuela.
Para acalmar Margarida, Manuela começõu a falar com ela e a fazer-lhe perguntas.
- Diz-me, minha querida, como conheceste o Joaquim?
- Estava na rua sozinha e cheia de frio, e ele deu-me abrigo e comida.
- Já estás com ele há muito tempo?
- Há uma semana. E tu? Como é que conheces o Joaquim e as meninas?
- Eu? Eu já fui uma das meninas do Joaquim, quando tive de deixar de trabalhar, ele montou-me este salão este beleza.
Manuela, era uma mulher bonita, na casa dos 40 /50 anos.
Tinha um porte de senhora, elegante, educada, alegre, simpática... mas havia nela algum mistério.
Margarida simpatizou logo com ela, sentia-se confortável a falar com ela.
- Se precisares de uma amiga com quem desabafar, eu estou sempre aqui.
Manuela, parecia ter lido os pensamentos de Margarida.
- Obrigado, sinto-me tão sozinha, não conheço ainda as raparigas.
- Não te preocupes, vocês vão se transformar em grandes amigas. Mas eu estarei sempre aqui para quando quiseres desabafar.
A tarde foi passando, e a mudança de visual era impressionante.
- Quando chegarem, as raparigas nem te vão reconhecer. Estás pronta.
As raparigas já estavam à espera, quando Margarida saiu do gabinete, as outras ficaram mudas de espanto.
- Margarida! Estás linda!
- Linda não. Mágnifica!
- Quando o Joaquim a vir não a vai reconhecer, de certeza.
(continua)
. Que saudadessssssssssssss...