Margarida não pregou olho a noite inteira.
O medo que a invadia, impedia-a de fechar os olhos.
A noite foi passando, mas nada acontecia. Logo de manhã bateram à porta, Joaquim foi abrir, eram as outras raparigas.
- Xiu. Tem uma miúda a dormir.
- Mais uma?
- Que têm vocês com isso?
Devagar, Margarida levanta-se a vai à porta do quarto.
- Já acordaste? Estas são as tuas novas amigas. Vamos tomar o pequeno almoço e já conversamos todos.
As miúdas pareciam vindas de uma festa. Estavam bem vestidas, penteadas, maquilhadas...
Não pareciam prostitutas. Margarida estava confusa. O que se passava ali?
Quando acabaram de se trocar de roupa, foram tomar o pequeno almoço.
Na mesa havia de tudo. Margarida nunca tinha visto tanta comida na mesa de sua casa. Fruta, iogurtes, leite, pães de várias qualidades, compotas, queijos...
- Aqui não nos falta nada.
Disse uma das raparigas.
- Chamo-me Mafalda.
- Eu chamo-me Madalena.
- Eu sou a Mónica, muito prazer.
Margarida estava atónita. Elas pareciam satisfeitas, felizes por morarem ali, à guarda de Joaquim.
- Eu sou a Margarida.
- Olha lá Joaquim... Ainda não perdeste a mania dos M's?
Joaquim sorriu.
- Agora vamos lá a comer. Conversamos depois.
E assim durante algum tempo reinou o silêncio.
Debaixo do olhar atento de Joaquim, todas se alimentaram como quiseram.
Ao acabar o pequeno almoço, quando se preparavam para limpar a mesa, Joaquim mandou todas para o escritório.
- Meninas, deixem isso para depois. Agora vamos mostar as regras da casa à Margarida.
E dirigindo-se todas para o escritório de Joaquim, foram se sentando em sofás ou poltronas confortáveis.
Margarida olhava isto tudo com espanto, não entendia... O que lhe iria acontecer?
- Deves estar confusa. Pois bem, vamos às regras da casa. Tu, como todas elas trabalham para mim. Aqui não te vai faltar nada, mas, tal como ela tens de contribuir.
Aproximava-se a hora da verdade.
Margarida começou a tremer, os olhos a encherem-se de lágrimas.
- Porque está a chorar?
- Tenho medo.
- Medo de quê? Vês aqui alguém a chorar?
- Ou triste?
- Não.
- Então? Não tires conclusões antes da hora.
- Sei que deves ter passado por muito, enquanto tiveste na rua. Por isso estás assim tão nervosa. Aqui as minhas meninas, são tratadas como princesas.
Margarida não entendia nada. Estava cada vez mais confusa.
- Mas tu não me vais obrigar a prostituir-me?
Joaquim sorriu.
- Depende do que tu entenderes por prostituição. Eu tenho uma agência de acompanhantes, não um grupo de prostitutas.
Mas agora não penses nisso.
Vamos às regras:
1 - Não podem ter namorados,
2 - Não podem usar drogas,
3 - Não podem trazer "amigos" cá a casa.
- Três regras simples e muito fáceis de cumprir.
Margarida não entendia nada, era tudo muito confuso...
(continua)
Hoje as emoções não param.
Foi com muita alegria, que ao visitar o blog de uma amiga muito querida, a Chica Ilhéu, verifiquei que tinha recebido um Oscar.
Quero agradecer à Chica a simpatia e o carinho.
Bjinhos Chica, e que Deus te abençoe sempre para nos continuares a prendar com os teus escritos.
Foi numa rua estreita, da outrora calma e pacifica, Angra do Heroísmo, que hoje eu preguei um dos maiores sustos da minha vida.
Ia sendo assaltada.
É verdade, numa terrinha, onde há uns anos atrás não acontecia nada deste género, hoje há assaltos em plena luz do dia, 14 e 30 da tarde.
Tinha ido eu à zona baixa da cidade, fazer algumas voltas que me competiam, quando ao percorrer uma das transversais da minha cidade, se aproximou de mim, um indivíduo, de ar agradável, alto e nada assustador, que meteu conversa comigo.
Eu, achando a situação estranha, e como não ia a passar minguém naquela hora, por percausão, agarrei a minha mala mais contra o corpo, e o individuo, calma descontraidamente, foi falando do tempo, que estava bom, que já apetecia umas idas à praia, etc.
Eu, fui respondendo calmamente, tentando não dar a entender o quanto batia descompassadamente o meu coração.
A conversa foi rolando, até que por fim ele mostrou o que queria.
- A senhora não por acaso algum dinheiro que me empreste?
Ao que eu respondi que não, que por acaso não tinha e que até nem tinha recebido ordenado ainda.
O sujeito foi me acompanhando, sempre muito encostado a mim,e a olhar de vez em quando para a mala, até que chegámos a uma zona mais movimentada.
Eu fiz mensão de me retirar, e ele, como já estavamos em rua mais povoada, deu-me boa tarde e seguiu.
Amigos e amigas, ia morrendo de susto.
Nunca julguei que me pudesse acontecer tal coisa, apesar de ter conhecimento, que casos destes já tinha aconteceido aqui em Angra.
Mas como costumamos dizer, acontece só aos outros.
Pois bem, hoje aconteceu-me a mim.
E para quem conhece a minha cidade, Angra do Heroísmo, isto deu-se na Travessa da Rua de S. João às 14 e 30 da tarde.
Margarida era mulher de rua.
Tinha sido abusada por um tio quando era miúda, e perdera-se na vida.
A mãe, mulher sofrida e sem coração, tinha-a posto na rua aos 15 anos.
Abandonada, sem dinheiro, Margarida conheceu Joaquim numa noite de muito frio, num Inverno já longinquo.
- Tens fome? Queres ajuda?
Margarida a medo disse que sim. Não tinha para onde ir, nem o que comer.
Joaquim, com o seu ar bondoso, não passava de um predador. Recolhia raparigas pelas ruas na mesma situação de Margarida, dava-lhes guarida, comida e protecção, mas em pagamento, obrigava-as a prostituirem-se.
Margarida sabia o risco que corria, mas não podia ficar mais uma noite na rua, era demasiado perigoso.
A caminho da casa de Joaquim, ele parou num mercado e comprou comida, fruta, leite, pão. Tudo o que ela quis.
Foram para casa dele. Ao chegarem Joaquim disse-lhe que ela fosse tomar banho enquanto ele fazia alguma coisa para ela comer.
- Vai tomar um banho, estás com cara de quem está a precisar.
Margarida, meio a medo, não ousou recusar.
Foi até a casa de banho, fechou a porta...
- Deixa a porta aberta, podes precisar de alguma coisa. Tens toalhas e sabonete aí em cima.
Margarida tremia, tinha frio, mas o que a fazia tremer mais, era o medo. Lá no fundo sabia o que lhe ia acontecer.
Sabia de amigas a quem tinha acontecido o mesmo.
Margarida tomou banho a medo, sempre a olhar para a porta, na ância de ver entrar Joaquim, mas para sua surpresa, Joaquim não entrou.
Margarida acabou o banho, vestiu uma camisola e umas calças que Joaquim lhe tinha arranjado e saiu.
- Sentes-te melhor?
Margarida abanou que sim com a cabeça.
- Anda, vem comer, senta-te aqui, deves estar com fome.
Margarida nem pestanejou, a fome devorava-lhe as entranhas e a comida cheirava tão bem...
Margarida comia sem olhar para mais nada a não ser o prato, a comida desaparecia rápidamente.
- Estavas mesmo com fome.
Margarida voltou a acentir que sim com a cabeça.
- Podes falar comigo. O gato comeu-te a lingua?
Margarida sorriu tímidamente.
- Se quiseres, podes te ir deitar, deves estar cansada. Amanhã falamos melhor.
Margarida levantou-se e dirigiu-se ao quarto que Joaquim lhe indicara.
Havia lá 4 camas, a dela e mais 3. Mas não estava lá ninguém.
- Joaquim. Mora aqui mais alguém?
- Mora, mas amanhã já as vais conhecer, agora elas estão a trabalhar.
E assim, agarrada aos lençois, Margarida passou a sua primeira noite à guarda de Joaquim...
(continua)
Lamento muito.
Ao que me pareceu a história que estava a escrever ofendeu algumas pessoas.
Sendo assim, e como eu não estou aqui para ofender ninguém...
Não as voltarei a publicar.
Este post é dedicado a todos os meus amigos bloguistas.
Obrigado pelos elogios e pelo apoio que me têm dado.
Vocês são especiais e moram no meu coração.
Bjocas para todos. Lala
As preocupações são como a chuva - em pouca quantidade pode ser benéfica; em excesso é destrutiva.
Tal como a chuva moderada, as preocupações podem ser um dom de Deus,
que nos mostram que a vida está desequilibrada e precisa de ser reordenada.
in "Como superar as preocupações"
A paixão que os unia era dificil de entender.
Havia um misto de ternura e volupia, pureza e podridão.
Era a traição, esse gesto nojento, que os aquecia, que os fazia pegar fogo, como se do próprio inferno se tratasse.
Os encontros na clandestinidade, os beijos roubados nas esquinas, os toques provocadores.
Como os enchia de prazer, aqueles momentos de paixão, no canto da rua quando ninguém via.
Como os fazia tremer de tesão, o sexo feito no canto escuro e o perigo da descoberta.
Tudo era emoção.
Sabiam que estavam errados, mas estavam viciados na adrenalina do perigo e do medo.
O medo de serem apanhados, o medo de um dia deixarem de sentir medo.
Sim, porque o medo é bom conselheiro.
Se deixarem de sentir medo, deixarão de estar em alerta, e começaram e facilitar.
E aí, a relação-emoção, passará a relação-rotina, e perderá toda a paixão e volupia.
É essa adrenalina, que mantém viva essa paixão.
Sem emoção, acaba-se a paixão.
É preciso apimentar a relação, aquecer a paixão, para que como uma fogueira, ela não se apague.
E eles eram peritos nisso.
Quanto mais perigosa era a situação, mais eles se sentiam atraidos por ela.
A casa de banho de uma discoteca, o bengaleiro de um restaurante...
Tudo servia de pertexto para se entregarem um ao outro e jogos de prazer e emoção...
. Que saudadessssssssssssss...