Olá a todos os amigos e visitantes deste blog.
Na próxima semana eu vou estar fora, por isso não poderei responder a comentários, nem fazer visitas aos vossos blogs.
Mas as portas estão abertas para todos vocês.
Deixo-vos um post na manga, que irá sair amanhã dia 28, melhor dizendo, esta madrugada, (facilidades do nosso querido sapito).
E quando chegar, promento responder a todos o mais rápido possivel, e ver as vossas novidades.
Vou sentir a vossa falta, mas estarei cá rápidamente.
Bjinhos a todos quantos me visitam, e até á volta.
Lala
Ela estava endiabrada. Ela sem saber o que fazer tentava resistir a todo o custo.
- Vem cá. vem te deitar junto de mim.
- Não. Tenho de fumar um cigarro. Isto está a por-me nervoso. Tens cigarros?
- Tenho, estão na minha mala. Eu vou buscar.
E levantando-se toda insinuante vai buscar os cigarros. Passa por ele só em langerie, roça-se nele, provoca-o.
- Pára com isso!!!
- Mas o que foi? O que é que eu estou a fazer?
- Tu sabes. Estás a tirar-me do sério.
- Jura!?! É essa a intenção.
Abre a mala tira dois cigarros, acende um e entraga-lho, depois acende o outro e encostando-se a ele começa a fumar.
- Estás muito diferente hoje. Estás mais calado. Ontem estavas mais divertido.
- O que é que queres? Deixaste-me nervoso.
- Gosto mais de te ver sorrir. Estás tão sério.
Mas ela não desistia, estava decidida a seduzi-lo, tal como ele fizera com ela na véspera. Aos poucos, com jeitinho começa-lhe a fazer carinhos, tentando deixá-lo mais descontraido.
- Anda. Vem cá.
E dando-lhe a mão leva-o para a cama.
- Não fazemos nada se não quiseres, deixa-me estar só aqui abraçada a ti.
Mas ela era maliciosa, como toda a mulher apaixonada. E aos poucos, foi tecendo uma teia de sensualidade em volta deles. Ele já não conseguia resistir mais.
- Sabes?
- Diz. O que se passa?
- Já não estou com uma mulher há 4 anos.
- Não faz mal. Será como a primeira vez.
E beijando-a sofregamente possuiu-a numa atmosfera de paixão e desprendimento. Os sentimentos estavam ao rubro.
De repente ao olhar ternamente para ele, depois de se terem amado plenamente, ela vê uma lágrima a escorrer-lhe pela cara.
- Que se passa meu amor?
- Nada. Estou feliz e triste ao mesmo tempo.
- Porquê?
- Porque hoje, foi a primeira e a última vez que te tive nos meus braços.
- Não. Não digas isso.
- Tem de ser. Tu sabes disso. Isto não está certo. Tu tens um marido, uma família.
- Mas eu só te quero a ti.
E assim abraçados, choraram juntos aquele que seria, a primeira e a única vez que se amariam.
.
(continua)
Foram dias foram anos a esperar por um só dia.
Alegrias. Desenganos. Foi tempo que doía
com seus riscos e seus danos. Foi a noite
e foi o dia na esperança de um só dia.
.
Manuel Alegre
"As Portas que Abril Abriu"
(...)
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
(...)
José Carlos Ary dos Santos
Sei que sou muito nova, que nem vivi este dia...
Mas para mim...
É uma emoção muito grande poder escutar o que dizem, aqueles que o viveram com intensidade.
A liberdade, é um bem precioso.
Eu costumo dizer que se tivesse vivido naquele tempo, e no lugar onde tudo se passou, tinha saído para as ruas, dando vivas a Salgueiro Maia e todos os outros Bravos Capitães de Abril.
As músicas, os poemas, a história deste dia, à qual devo a liberdade de estar aqui a escrever, entusiasmam-me.
Homens como Manuel Alegre, José Carlos Ary dos Santos, Zeca Afonso e tantos outros, que utilizaram a poesia e a música, para por a nú todas as hipocrisias, deste ou de outro qualquer país, são para mim exemplos a seguir, motivo de orgulho da minha nacionalidade.
Sei que isto pode parecer estranho vindo de alguém que só tem 31 anos, mas ouvir "Grândola, Vila Morena", faz crescer dentro de mim um sentimento profundo de patriotismo, faz-me vir as lágrimas aos olhos, e faz-me vontade de gritar, alto e bom som, para quem quiser ouvir:
VIVA A LIBERDADE
VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974
"Grândola Vila Morena"
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
.
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
.
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
.
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
.
À sombra de uma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
.
Grândola, a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra de uma azinheira
Que já não sabia a idade
Zeca Afonso
Tu...
Corpo quente e sedutor...
Que me tentas com o olhar,
Que me provocas com palavras.
.
Tu...
Que me deixas ardente de desejo...
Com o corpo em alvoroso,
Com o simples pensamento,
De que me possas tocar.
.
Tu...
Homem sombra, imaginário...
Que assola a minha alma,
Descontrola os meus sentidos,
E me faz querer pecar.
.
Tu...
Que invades os meus sonhos...
Perturbas o meu sossego,
E me fazes delirar.
.
Tu...
Que nem sei bem se existes...
Se és fruto da imaginação,
De tão confusa que me sinto,
Quando entras nos meus pensamentos.
Tu...
Homem sedução...
Pecado carnal,
Da minha imaginação.
- Boa tarde meu amor. Como te correu o dia?
- Como de costume e o teu?
- Normalmente, mas estou um pouco mal disposta, não sei o que se passa.
- Comeste durante o dia?
- Ah! É isso esqueci-me de almoçar.
E com os nervos em franja ela falava sem parar, de repente, começa a passar mal e desmaia.
O marido aflito, pega nela e leva-a para o quarto e deita-a na cama...
- Queres ir ao hospital?
- Não é preciso, vou descansar um pouco e já fico boa.
Ela ficou deitada em repouso e o marido, todo carinhos e atenções, tomou conta da casa e dos filhos por ela.
A noite foi passando, adormecer era dificil...
Ao fechar os olhos, só conseguia ver-se nos braços do amante.
A noite foi longa, os sonhos sucediam-se, as lembranças daquele dia de pecado não a deixavam dormir em paz...
Raiou o dia, o marido foi trabalhar, as crianças foram para a escola...
E ela, cheia de sede de paixão não conseguia pensar noutra coisa senão no amante. Tinha de estar com ele naquele dia ainda.
Pega no telemovel e liga-lhe:
- Tou? Meu amor? Vou ter contigo. Não consigo esperar mais.
- Não! Não venhas.
- Porquê? Ainda ontem me dizias que me querias ter de novo nos braços!?!? Que se passa?
- Isto não está certo. Eu ontem não devia ter ido aí. Tinha bebido demais e não sabia o que fazia.
- Isso são desculpas. Agora não volto atras. Pego no carro e não tardo aí.
- Não venhas. Eu não te abro a porta.
Descontrolada, com a líbido em alvoroço, com o coração aos pulos, e a razão fora de si. Pega no carro e lá vai...
O medo de ser apanhada desaparecera, a paixão que sentia e o desejo de se sentir amada e acarinhada, fazia-a perder a noção da realidade.
Ia por em risco a sua família por uma aventura.
Ao chegar lá, as portas estão fechadas. Pega no telemovel e liga-lhe:
- Estou aqui! Já cheguei!
- Tu não foste capaz?!? Não fizeste isso?!?
- Vem à janela e verás se tive ou não coragem.
Ao aproximar-se da janela, ele vê, sem querer acreditar nos seus olhos.
Ela tinha ido, tinha perdido o juizo e tinha ido até à casa dele.
- Eu disse que tu não viesses!
- Porquê? Ontem tu foste me tirar do sério, deixar-me num estado de nervos em que nunca tinha estado. E hoje não querias que viesse???
- Isto não está certo!
- Tivesses pensado nisso ontem, antes de lá ires. Agora é tarde. Já cá estou.
A cena era hilariante.
Na véspera ele rira, porque ela estava a tremer, naquele dia era ele que tremia.
Ele sentou-se no sofá todo encolhido, parecia um animalzinho assustado.
Ela, eufórica, provocava-o...
- Estou com calor. Tens alguma roupa que me emprestes? Quero despir esta, está muito quente.
- Que queres vestir?
- Pode ser uma T-shirt tua.
E lá foi ele aos tropeções, ainda sem querer acreditar na loucura que ela tinha cometido, buscar a roupa para ela vestir...
Ao chegar à sala... Encontra-a semi-nua deitada no sofá.
- Pára!!! Porque me fazes isto?
- O que é que eu estou a fazer? Estou só a descansar.
.
(continua)
O momento de cumplicidade e ternura parecia eterno, mas tinha de acabar.
Os miúdos estavam a chegar da escola...
- Tens de te ir embora.
- Eu sei. Mas não consigo. Agora não te quero deixar.
E novamente os corpos se entrelaçaram, as bocas num misto de paixão e ternura voltaram a unir-se.
Era impossivel resistir.
- E agora? Quando é que me vais fazer uma visita?
- Eu? À tua casa?
- Sim. Eu corri os riscos todos vindo aqui. Agora é a tua vez. Quero que vás lá também.
- Não sei. Tenho de ver bem como vou fazer. Tem de ser bem combinado.
- Pensa e depois diz como e quando queres fazer a visita.
Era um turbilham de emoções. Medo caldeado com desejo, ternura misturada com prazer.
Um último beijo para a despedida...
- Fico à espera do teu telefonema. Já estou com saudades.
- Eu também...
Ele saiu, logo em seguida chegaram as crianças.
Os nervos a ânciedade, não a deixavam cuidar dos filhos em condições. Não conseguia ajudar nos deveres, a cabeça não parava de pensar no que tinha acontecido.
- Como é que isto foi acontecer?
- O quê mãe?
- Nada filho, a mãe está a falar sozinha.
Ela andava de um lado para o outro, o corpo todo a tremer, as mãos suadas. O medo de ser descoberta...
O telemóvel toca:
- Meu amor, já cheguei a casa. Estou a morrer de saudades. Quero estar contigo outra vez.
- Eu também meu amor.
- Não te demores a pensar num dia para vires cá.
- Talvez para a próxima semana. Estou de folga na 5º feira.
- Vou morrer de saudades da tua boca até lá...
- Tem de ser, temos de ter cuidado.
- Eu sei. Desculpa a minha ânciedade, mas estou doido para te ter nos meus braços outra vez.
Um barulho... a porta abre-se...
- Tenho de desligar o meu marido chegou...
E a tremer de medo, com a boca a amargar e as mãos todas suadas, ela vai receber o marido, com o sorriso mais falso deste mundo...
.
(contiunua)
Um dia...
Uma manhã...
Um telefonema...
E tudo muda na vida de uma pessoa.
A confusão estava instalada havia já algum tempo.
Os olhares trocados e as palavras de cumplicidade,
amontoavam-se dia após dia.
Os encontros furtuitos para cafés e desabafos.
Os almoços em casa dos amigos.
Os risinhos e cumprimentos despropositados, que ninguém queria ver...
As coisas intensificavam-se há algum tempo.
Certo dia...
Uma chamada no telemovel.
- Preciso falar contigo. Não aguento mais esta situação.
- Falar de quê?
A pergunta inocentemente falsa, mostrava medo e insegurança.
- Tu sabes muito bem de quê. Vou a caminho da tua casa.
- Não!!! Se alguém te vê?!
- Não quero saber, não aguento mais.
E a espera tornou-se angustiante, os minutos passavam.
O vigiar da entrada da casa era constante.
Chegou.
O abrir da porta devagar para não fazer barulho...
- Tu és doid...
Nem deu tempo de acabar a frase.
Cheio de paixão, tesão, e muita emoção, ele encosta-a à parede, e com o corpo a ferver beija-a até a deixar sem respiração.
As pernas tremem-lhe, os braços perdem as forças.
- Porque me fazes isso?
- Eu faço? E tu? O que é que me tens feito nestes últimos dias?
- Desculpa. Já nem sei o que faço.
- Anda vamos conversar.
E lá foram de mãos dadas até a um canto sossegado.
- Diz-me, tu também querias, não querias? Percebi isso naquele dia.
- Eu queria. Não, não queria. Já nem sei. Tenho medo.
- Não tenhas. Vem cá. Encosta-te a mim.
E ali ficaram como um só, abraçados...
.
(continua)
. Que saudadessssssssssssss...