(Estou a escrever esta história, graças à inspiração de um amigo. É a ele que agradeço. "Esta é-te dedicada. Obrigado pelo emporrão. Espero que gostes.")
O dia amanheceu claro...
Pelas ruas da cidade fervilham os sons e os cheiros. A cidade está cheia de estranhos, são as festas da cidade, as famosas Sanjoaninas.
Sentada numa esplanada, Joana, uma jovem turista em fim de curso devora sedenta um gelado.
O corropio de gente entontece, Joana levanta-se e sai pelas ruas sem rumo certo, ao descer uma das artérias principais da cidade, detem-se às portas da cidade a olhar a baia.
São 11 horas, o sol abrasador sufoca e convida a saborear as àguas limpidas da Baía de Angra.
Mas, na pequena praia da baía, a multidão apinha-se, desejosa de sol e mar, então, Joaona segue junto ao mar, e ao longe vê uma nova praia, esta mais pequena e deserta.
É ali que se detém, desce até ao pequeno areal, despe os jeans que lhe prendem os movimentos e caminha, semi-nua, pela areia.
Derrepente um susto, uma voz que a surpreende, não está sozinha, há ali mais alguém, olha em redor, e vê sentado a um canto com um livro na mão, um rapaz, louro, pele alva, olhos claros, que a comtempla com ar guloso.
- Desculpa, não queria assusta-la, mas já estava aqui quando chegou...
De imediato Joana aproxima-se e responde:
- Não me assustas-te, mas vinha tão embrenhada nos meus pensamentos que nem reparei em ti, aí tão quieto e concentrado no teu livro. Chamo-me Joana.
- Muito prazer, sou o Miguel. Mas julgo que já a tinha visto. Não vieste no avião de 5ª feira de manhã de Lisboa?
- Vim. Estou a estudar em Lisboa e vim cá de férias. Prenda de fim de curso dos meus pais.
- Bem me queria parecer, esses olhos eu não os poderia esquecer...
(continua)
É incrivel como as coisas mais simples e banais nos deixam num estado de felicidade tal que parecemos tolinhos, sorrimos por tudo e por nada...
Hoje é um desses dias...
Sinto-me muito feliz...
Obrigado amigo (tu sabes quem és).
Lala (",)
Ao sairem... as posições invertem-se.
Agora é ela que o leva pela cidade, pelos becos e recantos escondidos na penumbra. O passeio prevê-se agradável, romântico...
Plas ruas escondidas da cidade eles conversam, riem, falam de banalidades e sentimentos.
O tempo passa, e eles nem dão por nada...
Escureceu, e andando descalços pla Prainha... O romance acontece...
A lua, a noite quente e sensual, envolve-os... Em menos de um nada estão enrolados na areia, os toques, os beijos, as juras de amor eterno trocadas... soam a ilusão...
Mas nada disso interessa...
Eles estão apaixonados, e a paixão é ummar de sensações, gostos e cheiros que não se conseguem entender nem controlar...
A noite passou...
O nascer do sol põe a nu todas as emoções ali vividas...
Está na hora de acordar...
Tinha sido um sonho... um sonho, um sonho que nunca tinha tido igual.
Parecia tão real, o mar, os cheiros, até o toque dele parecia real.
Ohhh!!!
Desilusão...
Afinal ela não tinha encontrado uma paixão no Verão...
(Amigo, quero pedir desculpa pla ousadia, mas não resisti. Tive de continuar a tua história. Sei que este pedaço não é teu, mas é de mim para ti com todo o carinho e emoção. Espero que gostes.)
Flutuo, consigo deslindar o meu gosto sem esforço
Balanço é o que a maré me dá e eu não contesto
O meu destino está fora de mim e eu aceito
Sou eu despida de medos e culpas, confesso.
Hoje eu vou fingir que não vou voltar
Despeço-me do que mais quero
Só para não te ouvir dizer que as coisas vão mudar amanhã
Flutuo, consigo deslindar o meu gosto sem esforço
Balanço é o que a maré me dá e eu não contesto
Amanhã, pensar nisso sempre me dá mais jeito
Fazer de mim pretérito mais que perfeito
Hoje eu vou fingir que não vou voltar
Despeço-me do que mais quero
Só para não te ouvir dizer que as coisas vão mudar amanhã, amanhã
Hoje eu vou fugir para não me dar vontadede ser tua
Só pra não me ouvir dizer que as coisas vão mudar amanhã, amanhã, amanhã
Flutuo...
Susana Félix
Tinha-te a ti e velado
um sorriso
e a metáfora.
Tinha-te a ti e fugaz
a presença
e o futuro.
Tinha-te a ti e longínqua
a mão
e a ternura.
Tinha-te a ti e furtivo
um olhar
e a (in)certeza.
Tínhamo-nos a nós e pálidos
os lábios
e o silêncio.
Francisco Guedes, Inéditos
Estas flores que aqui posto, são para agradecer a um amigo especial, que mesmo sem saber quem sou, me tem dado alento para continuar este blog.
Muito obrigado Samuel pelo teu carinho e apoio.
Bjks para ti.
Lala (",)
Um pouco mais de sol... eu era brasa,
Um pouco mais de azul... eu era além.
Para atingir,faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho... ò dor! .. quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o principio e o fim... quase a expanção...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dor de ser... quase, dor sem fim...
Eu falhei entre os mais, falhei em mim,
Asa que se alançou mas não voou...
Momentos de alma que desbaratei...
Templos onde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Âncias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol... vejo-as cerradas;
E mãos de heroi, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios..
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol... e fora brasa,
Um pouco mais de azul... e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanessece aquém...
Mário de Sá Carneiro
. Que saudadessssssssssssss...